quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Alô alô, Realengo, aquele abraço!"

O fragmento que dá título a esse texto, como é sabido, é frase de uma música composta e cantada por Gilberto Gil, e que é também usada em muitos momentos de alegria e festa. Mas Realengo não está em festa; tampouco há alegria nos rostos das pessoas ligadas à tragédia da Escola Tasso da Silveira.

Neste momento, um abraço talvez seja o mínimo que podemos dar àquelas pessoas, parentes ou não dos adolescentes tirados tão abruptamente de nosso meio, porque a dor e o pranto deles atravessam bairros, cidades e fronteiras, atingindo a nós também.

Um abraço pode parecer pouco, mas ao mesmo tempo significa muito, diante da fragilidade da vida humana explicitada a nós pelos noticiários daquele fatídico dia. Um abraço substitui qualquer palavra, qualquer explicação. Na verdade, abraçar aqueles que sofrem dessa dor terrível produz conforto e alento, permeados do desejo de que vale a pena viver.

Um abraço, em todos os aspectos, reflete o abrigo de que precisamos ante o desconhecido desvario do ser humano, que comete atos terríveis e esvazia nossas respostas prontas, deixando-nos apenas o silêncio.

Um abraço forte, apertado e sincero, sintetiza o que a Bíblia diz: "Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram" (Romanos 12:15).

Não só as famílias atingidas pela tragédia, mas toda Realengo, todo o Rio de Janeiro enlutado; todos nós brasileiros, tão distantes e tão próximos, precisamos de abraços. Abraços que sejam ao máximo, abraços multiplicados. Abraços que sejam tudo e em todos, denunciando que somos gente de verdade e que gostamos de viver.

Sem. Izaias Braz de Lima
2ª Igreja Batista de Vila Kennedy - RJ
3º Período Teologia – STBSB
Abr/2011

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